Nove
óperas, diversos concertos sinfônico-coral e um só propósito: divulgar a música
lírica e erudita no Estado, fazendo renascer entre os baianos o gosto por esse
gênero musical. Com três décadas de existência, a Associação Lírica da Bahia
(ALBA) celebra seus 30 anos em grande estilo e traz para Salvador a ópera
Carmen, de Georges Bizet, que ficará em cartaz no Teatro Castro Alves entre os
dias 13 e 17 de setembro. Carmen é a décima montagem da entidade e leva a
assinatura da Da Rin Produções Culturais.
Luciano Fiuza, presidente da ALBA |
A
história da ALBA começou a ser escrita em 1982, na “sala do cofre” do TCA,
quando um grupo de amantes da música – integrado por profissionais de diversas
categorias como musicistas e leigos – chamaram para si a responsabilidade de
manter vivo o apreço dos baianos pela música clássica. Grandes nomes como Caribé,
Jorge Amado, Zelia Gattai, João Francisco Prisco Paraíso, José Curvello e
Romano Gallefi integraram o conselho deliberativo da ALBA. A associação teve
como presidentes o barítono Luciano Fiuza, o maestro Pino Onnis, o médico Luiz
Erlon Rodrigues e a advogada Oseni Sena. Atualmente, é outra vez presidida por
Luciano Fiuza.
Durante
esses 30 anos, a ALBA realizou nove óperas – La Traviata, Cavalleria Rusticana,
La Bohème, Lucia di Lammermoor, Madama Butterfly, Il Trovatore e O Guarani,
dentre essas duas remontagens. Apresentou Aida e Carmina Burana em forma de
concerto e participou das óperas populares “Rei Brasil, 500 anos” e “Lídia de
Oxum”. Além desses trabalhos, realizou mais de 40 concertos sinfônico-coral, a
exemplo do Réquiem, de Mozart; Gloria, de Vivaldi; IX Sinfonia de Beethoven;
Círios da Paz, de Ernest Widmer (estreia mundial); Te Deum, de Damião Barboza
de Araújo; Stabat Mater, de Rossini; Magnificat, de Villa-Lobos e Romaria a São
Gonçalo da Canabrava, de Lindemberg Cardoso.
A
associação ofereceu cursos de iniciação musical e técnica vocal e manteve
constante intercâmbio com outras instituições culturais do Brasil, como o
Palácio das Artes, Secretaria de Cultura de Sabará, Teatro Nacional Claudio
Santoro e Teatro Municipal de São Paulo, cedendo e recebendo em parceria
figurinos, partituras, adereços para montagem de óperas. Em Salvador, apoiou
diversos grupos de teatro cedendo material cenográfico para seus respectivos
espetáculos.
A
ALBA teve a honra de receber, gratuitamente, a capa do libreto da primeira
montagem da ópera Cavalleria Rusticana, desenhada pelo inesquecível Caribé. O
mesmo Caribé desenhou, também gratuitamente, a cenografia e o figurino da ópera
La Bohème, em 1985, doando o principal telão da cenografia pintado por ele
próprio. O telão se perdeu quando do fechamento do Teatro Castro Alves para a
última reforma.
Oseni Sena, vice-presidente da ALBA e coordenadora da Ópera Carmen |
Para
a vice-presidente da ALBA, Oseni Sena, esse momento é de comemoração e
agradecimento. “É de agradecimento a todas as pessoas que souberam entender a
importância de uma entidade como a ALBA para o desenvolvimento cultural do povo
baiano. Hoje, a realização de ópera na Bahia é um fato concreto e ansiosamente
esperado por baianos, desde adolescentes e jovens, até aqueles que tiveram o
privilégio de assistir as grandes montagens de companhias europeias que por
aqui passaram, ainda em meados do século XX. Três décadas de persistência e –
por que não dizer? – resistência na difícil tarefa de realizar cultura na Bahia”,
avalia.
Fotos: Felipe Assis
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