terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ópera Carmen celebra os 30 anos da Associação Lírica da Bahia


Nove óperas, diversos concertos sinfônico-coral e um só propósito: divulgar a música lírica e erudita no Estado, fazendo renascer entre os baianos o gosto por esse gênero musical. Com três décadas de existência, a Associação Lírica da Bahia (ALBA) celebra seus 30 anos em grande estilo e traz para Salvador a ópera Carmen, de Georges Bizet, que ficará em cartaz no Teatro Castro Alves entre os dias 13 e 17 de setembro. Carmen é a décima montagem da entidade e leva a assinatura da Da Rin Produções Culturais.

Luciano Fiuza, presidente da ALBA
A história da ALBA começou a ser escrita em 1982, na “sala do cofre” do TCA, quando um grupo de amantes da música – integrado por profissionais de diversas categorias como musicistas e leigos – chamaram para si a responsabilidade de manter vivo o apreço dos baianos pela música clássica. Grandes nomes como Caribé, Jorge Amado, Zelia Gattai, João Francisco Prisco Paraíso, José Curvello e Romano Gallefi integraram o conselho deliberativo da ALBA. A associação teve como presidentes o barítono Luciano Fiuza, o maestro Pino Onnis, o médico Luiz Erlon Rodrigues e a advogada Oseni Sena. Atualmente, é outra vez presidida por Luciano Fiuza.

Durante esses 30 anos, a ALBA realizou nove óperas – La Traviata, Cavalleria Rusticana, La Bohème, Lucia di Lammermoor, Madama Butterfly, Il Trovatore e O Guarani, dentre essas duas remontagens. Apresentou Aida e Carmina Burana em forma de concerto e participou das óperas populares “Rei Brasil, 500 anos” e “Lídia de Oxum”. Além desses trabalhos, realizou mais de 40 concertos sinfônico-coral, a exemplo do Réquiem, de Mozart; Gloria, de Vivaldi; IX Sinfonia de Beethoven; Círios da Paz, de Ernest Widmer (estreia mundial); Te Deum, de Damião Barboza de Araújo; Stabat Mater, de Rossini; Magnificat, de Villa-Lobos e Romaria a São Gonçalo da Canabrava, de Lindemberg Cardoso.

A associação ofereceu cursos de iniciação musical e técnica vocal e manteve constante intercâmbio com outras instituições culturais do Brasil, como o Palácio das Artes, Secretaria de Cultura de Sabará, Teatro Nacional Claudio Santoro e Teatro Municipal de São Paulo, cedendo e recebendo em parceria figurinos, partituras, adereços para montagem de óperas. Em Salvador, apoiou diversos grupos de teatro cedendo material cenográfico para seus respectivos espetáculos.

A ALBA teve a honra de receber, gratuitamente, a capa do libreto da primeira montagem da ópera Cavalleria Rusticana, desenhada pelo inesquecível Caribé. O mesmo Caribé desenhou, também gratuitamente, a cenografia e o figurino da ópera La Bohème, em 1985, doando o principal telão da cenografia pintado por ele próprio. O telão se perdeu quando do fechamento do Teatro Castro Alves para a última reforma.

Oseni Sena, vice-presidente da ALBA e
coordenadora da Ópera Carmen
Para a vice-presidente da ALBA, Oseni Sena, esse momento é de comemoração e agradecimento. “É de agradecimento a todas as pessoas que souberam entender a importância de uma entidade como a ALBA para o desenvolvimento cultural do povo baiano. Hoje, a realização de ópera na Bahia é um fato concreto e ansiosamente esperado por baianos, desde adolescentes e jovens, até aqueles que tiveram o privilégio de assistir as grandes montagens de companhias europeias que por aqui passaram, ainda em meados do século XX. Três décadas de persistência e – por que não dizer? – resistência na difícil tarefa de realizar cultura na Bahia”, avalia.

 A montagem de Carmen, além de celebrar as três décadas da ALBA, também comemora a fundação da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), parceira constante na realização de todas as óperas e concertos sinfônico-coral. À frente do projeto Carmen estão Luciano Fiuza, presidente da ALBA, e Oseni Sena, vice-presidente e coordenadora geral do espetáculo. Com preparação musical e regência de Pino Onnis, concepção e direção de Francisco Mayrink, direção de cena de Elisa Mendes, e produção cultural de Virgínia Da Rin, cenários de Raúl Belém Machado e figurinos de Alfredo De Beirão, a ópera reúne a OSBA, o Coro da ALBA, o Coro Infantil do NEOJIBÁ e o Balé da Escola de Dança, Arte e Cultura Galega e Espanhola (EDACE) que completa 25 anos e tem à frente, a bailarina e coreógrafa Tina Leiro.

Fotos: Felipe Assis

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