A
cenografia da ópera Carmen, que ficará em cartaz no Teatro Castro Alves (TCA),
entre os dias 13 e 17 de setembro, traz para Salvador uma Sevilha – cidade
espanhola onde a personagem principal vive seus amores e paixões – “num
processo não convencional”, diz o cenógrafo Raúl Belém Machado, responsável
pela identidade visual do espetáculo. Os elementos da cenografia, que serão
percebidos – “ou não” – pelo público resultaram da revisão dos conhecimentos e
métodos de Machado, que é arquiteto e engenheiro.
“Na
prática, o cenário é composto de vários modos que mudam de posição. Três atos
são compostos por um grande jogo de armar, que gira sobre o palco e fica em
nova formação. O terceiro ato é mais escuro, numa região montanhosa. Enfim, o
cenário fala por si e ambienta uma imaginária Sevilha, com alguma estilização,
mas que lembra um pouco a arquitetura. Não é construção de época e tem
linguagem dramatúrgica. Revi os meus conhecimentos e métodos para dar essa
identidade visual”, comenta. No total, 25 pessoas participam da composição
cenográfica.
A
construção do cenário inspirou uma Oficina de Introdução Cenotécnica,
ministrada pelo cenógrafo até o dia 5 de setembro no TCA. A oficina é uma iniciativa
da Associação Lírica da Bahia (ALBA) e Da Rin Produções Culturais, em parceria
com o Centro Técnico do TCA, e conta com o apoio da Fundação Cultural do Estado
da Bahia e do teatro. “Esse projeto possibilita a construção dos cenários, dos
adereços. Os profissionais têm que ser estimulados para a valorização da
cenotécnica. Tivemos a parte teórica e agora todos participam da prática como
um estímulo a mais. É uma vivência espetacular”, define o cenógrafo.
Raúl
Belém Machado foi diretor artístico do Palácio das Artes em Belo Horizonte. Lá,
produziu cenários e figurinos de balés, espetáculos teatrais e óperas. Foi o
responsável pelo cenário da ópera Aída, produzida pela Fundação Clóvis Salgado
no ano de 2001. É dele também o cenário das óperas O Guarani, montada em 2002,
e de Turandot, em 2004. Trabalhou como Coordenador Artístico do Centro Técnico
de Produção da Fundação Clóvis Salgado – Marzagão, local em que acontecem
cursos e oficinas de formação de mão de obra especializada para as artes
cênicas.
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